Banner - anuncie aqui

Voluntários dedicam tempo livre e arriscam a própria saúde para limpar praias no Ceará

Oceanógrafos, químicos e autoridades estaduais avaliaram o impacto da movimentação da mancha pela costa do Nordeste (Foto: Victor Uchôa/BBC News Brasi)
Em 23/10/2019 às 11:20
"Tristeza e resistência", foram os sentimentos do estudante Gabriel 
Chagas, 25 anos, quando viu as manchas de óleo atingir as praias 
de Fortaleza. O jovem, que atua como voluntário no Instituto Verdeluz 
desde 2014, esteve presente em duas ações de limpeza na Praia 
Porto das Dunas e na Praia do Futuro, na Grande Fortaleza.

Gabriel é um entre centenas de voluntários que improvisam 
equipamentos e arriscam a própria saúde para limparas praias 
nordestinas, afetadas por uma mancha de petróleo cru que 
prejudica o litoral do Nordeste desde o início de setembro. 
Mais de 200 praias dos nove estados da região foram poluídas.

A estudante de medicina veterinária Adla Farah conta que sofreu 
uma intoxicação ao ter contato com o óleo e por isso teve que se 
ausentar do trabalho voluntário. "Quando fui resgatar uma tartaruga
viva que encalhou, eu a levei de volta para o mar e, depois, me 
sentei na areia para curtir o resto dia, mas fiquei com uma 
intoxicação", lembra.

As pessoas que estão dedicadas à limpeza das praias do Ceará 
não recebem dinheiro ou recompensa pelo serviço. Elas acreditam 
que a preservação do meio ambiente e a redução do impacto 
ambiental recompensam o esforço e trazem retorno para todos.

Não foram esclarecidos quais danos à saúde humana as manchas 
podem causar, mas a Secretaria de Meio Ambiente do Ceará orienta 
que as pessoas evitem o contato com o óleo para evitar riscos. 
Mesmo com equipamentos improvisados, o voluntários se dedicam 
à retirada das manchas.

Entre a fauna marinha, a poluição já causou a morte de vários 
animais no Ceará e no Nordeste.

Viagem para se voluntariar

Camila Rodrigues, 30 anos, diz que o trabalho voluntário faz parte 
dos seus fins de semana. Quando não está trabalhando, ela está 
acompanhando as redes sociais de organizações não governamentais 
que tratam de questões ambientais e sociais. 
No domingo passado (20), Camila saiu da capital cearense para a 
praia de Barreiras, no município de Icapuí, para ajudar na retirada 
das manchas de óleo do local.

"Quando eu vi as imagens da contaminação do óleo nos outros 
estados do Nordeste, eu já ficava ansiosa pelo Ceará. 
A gente não tem escolha, todos temos o ímpeto de cuidar do que 
amamos. O que minha força física me permitir e minha saúde 
mental deixar eu farei", ressalta.
Militares, voluntários e funcionários ligados ao meio ambiente 
trabalham na limpeza e retirada de óleo no Nordeste — 
Foto: Marlon Costa/Futura Press via Estadão Conteúdo Militares, 
voluntários e funcionários ligados ao meio ambiente trabalham na 
limpeza e retirada de óleo no Nordeste — Foto: Marlon Costa/Futura 
Press via Estadão Conteúdo

Militares, voluntários e funcionários ligados ao meio ambiente 
trabalham na limpeza e retirada de óleo no Nordeste — 
Foto: Marlon Costa/Futura Press via Estadão Conteúdo

Camila já tem o próprio equipamento de proteção individual para 
as intervenções. "Se eu estiver por perto, eu vou para lá; se eu não 
tiver as luvas, passo na farmácia rapidinho e compro aquelas 
branquinhas", revela. "Me envolvo de inspiração altruísta, e o 
resultado não podia ser outro: vontade de colaborar, de unir 
forças e fazer acontecer", conclui.

Adla Farah, de 27 anos, tem como motivação no trabalho 
voluntariado a conservação da natureza e dos animais. Adla tem 
interesse, principalmente, nos seres marinhos. A jovem foi a 
responsável do Instituto Verde Luz por buscar a primeira tartaruga 
encalhada com manchas de óleo na Praia da Sabiaguaba, em 2 
de setembro.

A limpeza das praias do Ceará está sob responsabilidade da 
Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema) e da 
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).




Postar um comentário

0 Comentários