Bolsonaro já gastou mais com cartão corporativo do que Dilma e Temer em 4 anos
Jair Bolsonaro dança funk em barco durante férias no Guarujá (Foto: Reprodução/Twitter)
Em 30/01/2022 às 16:30
Em três anos de mandato, o presidente Jair Bolsonaro já gastou mais com cartões corporativos do que os quatro anos da gestão anterior, dividida entre Dilma Rousseff (2015-2016) e Michel Temer (2016-2018).
O atual presidente gastou R$ 29,6 milhões com cartões corporativos, 18,8% mais do que os R$ 24,9 milhões consumidos ao longo dos quatro anos de Dilma e Temer. Só em 2021, as despesas de Bolsonaro chegaram a R$ 11,8 milhões, o maior valor dos últimos sete anos.
O levantamento foi feito pelo jornal O Globo e divulgado em sua edição impressa deste domingo (30).
A reportagem diz que, no mês passado, os cartões exclusivos da família presidencial foram usados em compras que somaram R$ 1,5 milhão, valor mais alto, para um único mês, dos três anos da atual administração. Bolsonaro passou os últimos dias de dezembro em férias no Sul do país.
As cifras, corrigidas pela inflação, dizem respeito às faturas de 29 cartões vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República, que estão sob a responsabilidade do presidente, de seus familiares e auxiliares mais próximos.
De acordo com o Palácio do Planalto, dois deles ficam permanentemente sob poder de Bolsonaro. Os cartões são usados para despesas do cotidiano, como refeições do chefe do Executivo durante viagens. Todas, porém, são mantidas em sigilo, sob argumento de que a eventual divulgação colocaria o presidente em risco.
Como deputado, Bolsonaro era contra benefício
O O Globo lembra que, quando era deputado federal, Bolsonaro se apresentava como um crítico ferrenho do benefício. Em 2008, durante um discurso na Câmara, ele desafiou o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva a abrir os gastos com o cartão.
Ao assumir a Presidência, no entanto, Bolsonaro reproduziu o comportamento de seus antecessores. Contrariando os números do Portal da Transparência do governo, ele vem afirmando que tem sido econômico no uso do instrumento.
Em agosto de 2019, ainda no seu primeiro ano de mandato, Bolsonaro chegou a afirmar que daria transparência às aquisições realizadas e divulgaria algumas faturas, algo que não ocorreu.
Eu vou abrir o sigilo do meu cartão. Para vocês tomarem conhecimento de quanto gastei. Ok, imprensa? Vamos fazer uma matéria legal?, afirmou, em uma live semanal.
Há duas semanas, porém, ele mudou o discurso. Criticou pessoas que, segundo ele, questionam os valores gastos com o cartão corporativo. A apoiadores, justificou que os montantes pagam até a alimentação das emas.
Cartão paga a alimentação das emas, tá, pessoal? Pessoal fala: Ah, gastou tanto. Eu tenho 50 emas aí, galinheiro, pato, peixe, quatro cães. Uns 200 almoçam, jantam e tomam café aí, por dia, alegou o presidente.
Fonte: O Tempo
0 Comentários