Moro diz que Bolsonaro recriou o Lula ao enfraquecer Lava Jato
Moro culpa Bolsonaro por chance de volta de Lula (Foto: Foto: Saulo Rolim/Podemos)
Em 19/02/2022 às 15:00
O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência da República, afirmou que a possível volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é uma consequência direta das ações do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, o fracasso do atual governo e as medidas que enfraqueceram o combate à corrupção propiciaram o retorno do petista à disputa. As declarações foram dadas à rádio FM Interativa, de Itabuna (BA).
"O Lula só está com risco de voltar por causa do fracasso do governo Bolsonaro. O Bolsonaro recriou o Lula. Qualquer presidente eleito tem enormes chances de reeleição. Se ele fizer um governo mediano. Não precisa nem fazer um governo bom. Faz um governo mediano e tem muita chance de se reeleger. Então, o que estamos vendo hoje, com a volta ou a possível volta do Lula, a gente pode colocar tudo nas costas do Bolsonaro", disse Moro.
Segundo ele, depois de ser eleito defendendo a Lava Jato, o presidente se voltou contra a operação, em razão do medo das denúncias contra seus filhos.
"A gente, com o trabalho da Lava Jato, é que revelou os crimes de corrupção do PT. Foi a Lava Jato que desmontou esse esquema de corrupção. Agora, o Bolsonaro, o que ele fez? Enfraqueceu o combate à corrupção e criou o ambiente favorável para a volta do Lula. Tudo bem, a culpa também é do Supremo. Respeito o Supremo Tribunal Federal (STF), mas o Supremo cometeu um baita erro judiciário ao colocar o Lula de volta, anular as condenações. Não porque o Lula é inocente. Nem o Supremo disse que o Lula é inocente. A gente sabe o que aconteceu na Petrobras", disse Moro, acrescentando:
"A Lava Jato rompeu com isso. Aí vem o Bolsonaro, preocupado com as investigações sobre a família dele, enfraquece o combate a corrupção e gera o ambiente favorável para que o Supremo anulasse a condenação do Lula. É aquela história: onde passa um boi, passa uma boiada e nosso projeto é contra isso".
Na entrevista, o ex-ministro voltou a dizer que não desistirá da candidatura à Presidência e afirmou que os que dizem isso são os que têm medo de sua candidatura avançar e vencer as eleições. Membros da classe política têm apostado que o ex-juiz pode desistir de concorrer para se alinhar a outra candidatura de centro, com a do ex-governador de São Paulo, João Doria, ou a da senadora Simone Tebet (MDB).
Fonte: O Tempo
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