Fóssil oriundo da Bacia do Araripe não fica na região após ser repatriado da Bélgica
Foto: Reprodução Museu de Ciências da Terra, Rio de Janeiro
Em 02/02/2022 às 15:30
Nesta terça-feira (1º), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil publicou em nota, o início do processo de repatriação de um fóssil de crânio do réptil voador Pteurosauria, pelo Instituto Real de Ciências Naturais da Bélgica (IRSN). O fóssil, originário da Bacia do Araripe, ficará exposto no Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro.
O Itamaraty afirmou que o Ministério das Relações Exteriores, através da Embaixada do Brasil em Bruxelas, e do Serviço Geológico do Brasil, viabilizou a repatriação do fóssil para o país, e na ocasião, agradeceu ao IRSN pela cooperação.
Em entrevista ao Site Miséria, o diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, Allysson Pinheiro, afirmou que recebeu a notícia com muita felicidade, mas que ficaria ainda mais feliz, se o fóssil retornasse ao Araripe. O museu deve solicitar o retorno da peça para Santana do Cariri, e caso não haja a possibilidade, o pesquisador afirmou que irá tentar viabilizar uma exposição do material, é importante que a população local conheça, conclui.
Apesar de serem protegidos pela legislação brasileira desde 1942, os fósseis da região da Bacia do Araripe estão espalhados em diversos países do mundo. A retirada desse material do território nacional enfraquece não só o patrimônio geológico, mas retira da sociedade a oportunidade de reconhecimento da própria história.
OUTROS CASOS
Na contramão da Bélgica, o Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe (SMNK), da Alemanha, se recusa a devolver o fóssil do dinossauro brasileiro, Ubirajara jubatus, também oriundo da Bacia do Araripe. A espécie foi apresentada em um estudo científico publicado na revista Cretaceous Research, em dezembro de 2020. Um mês depois, o artigo foi retirado devido à polêmica sobre a legalidade da peça, que foi levada do Brasil ainda em 1995.
Por Yanne Vieira
Miséria.com.br
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