Banner - anuncie aqui

Meio ambiente

Essenciais para agricultura, borboletas e abelhas estão em declínio no Brasil, aponta estudo


Foto: Arquivo pesquisadores
Em 24/08/2022 às 10:00
Um estudo inédito de pesquisadores da Unicamp e das universidades federais de São Carlos e do Rio Grande do Sul compilou informações que mostram as alterações na biodiversidade dos insetos e a tendência de queda na quantidade de animais terrestres como borboletas, abelhas e besouros.

De acordo com o levantamento, 75 tendências de queda foram registradas ao longo de 11 anos, em média, para insetos aquáticos e 22 anos para insetos terrestres. A grande maioria aponta para redução no número dos animais.

Para insetos terrestres, como borboletas, formigas e abelhas, que são essenciais para atividades agrícolas, uma quantidade maior de estudos apresenta a tendência de declínio populacional ou perda de diversidade de espécies. Já nos grupos aquáticos, o número de indivíduos ou de espécies permaneceu estável ou, em alguns casos, até aumentou.

De acordo com os autores, as diferenças encontradas nos resultados sobre insetos terrestres e aquáticos devem ser reavaliadas em futuros trabalhos de campo, pois a biodiversidade de regiões alteradas pode ter sido degradada antes mesmo dos estudos começarem.

O biólogo da Unicamp e coordenador do estudo, Thomas Lewinsohn, ressalta que o declínio de animais vertebrados e de plantas vêm causando preocupação há décadas em todo o mundo.

Com razão, tartarugas marinhas, micos-leão ou orquídeas têm mobilizado instituições, cientistas e cidadãos em sua proteção e defesa. No entanto, para manter ou recuperar ecossistemas naturais, assim como as atividades agrícolas e agroflorestais sustentáveis, os insetos são elementos-chave [...] por isso, acompanhar de perto as mudanças em sua biodiversidade tem de ser uma máxima prioridade na ciência ambiental brasileira”, pontuou.

Para os autores, são necessárias novas pesquisas de longo prazo com amostras padronizadas. Isso tem sido feito internacionalmente — e já se fala, há alguns anos, em risco de “extinção em massa” de importantes grupos de insetos.

O trabalho, que teve apoio da Fapesp e do CNPq, foi publicado nesta terça (23) no periódico internacional Biology Letters.

 




Por Yanne Vieira
Miséria.com.br

Postar um comentário

0 Comentários