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Câmara Municipal

Vereadores apontam “tortura psicológica” e repudiam avaliação do curso de formação da GCM de Juazeiro do Norte


Vereador Padre Paulo. (Foto: Josimar Segundo)
Em 30/11/2022 às 08:00
Depois de causar polêmica nas redes sociais, a atividade do curso de formação da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que usou explosivos e sirenes durante a aplicação de uma prova, chegou à Câmara Municipal de Juazeiro do Norte e pautou as discussões da sessão ordinária desta terça-feira (29).

Na sessão, quatro vereadores comentaram o assunto, inicialmente levantado pelo vereador Padre Paulo (PSD), que disse ter ficado chocado com a cena. Na avaliação do parlamentar, os alunos foram submetidos a constrangimento e assédio moral. O vereador, que é também psicólogo, acrescentou que isso pode causar prejuízos à saúde mental dos guardas em formação.

“Queria entender qual o amparo para colocar aqueles guardas na situação de um assédio moral tamanho e qual o objetivo de proporcionar aquela realidade. Acredito que o comandante [da guarda] extrapolou”, disse o vereador, que cobrou explicações do comandante da GCM, Jozimar Correia.

Os vereadores Janu (Republicanos) e Capitão Vieira Neto (PTB), que são militares, disseram que o comandante da GCM está querendo aplicar uma instrução militar não compatível para alunos da guarda civil. “É uma tortura psicológica clara”, disse Vieira Neto. “Vocês são civis, não são militares”, acrescentou.

Nessa segunda-feira (28), Jozimar Correia disse ao Miséria que a ação antecedeu a prova e durou cinco minutos. Correia acrescentou que tudo foi autorizado pelos alunos, que, segundo ele, “queriam passar por essa vivência”. “Foi autorizado pelos alunos e faz parte da disciplina. Eles queriam passar por essa provação”, esclareceu.

Líder do prefeito na Câmara, Rafael Cearense (Podemos) leu, durante a sessão, uma nota de esclarecimento emitida pelo comando da GCM. Conforme a nota, “houve a simulação de uma situação de alta carga de estresse”, que está na grade curricular do curso. “O objetivo é condicionar o aluno a saber lidar com situações de alta periculosidade”, esclarece.

Por Rogério Brito
Miséria.com.br

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