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ATINGIDA POR 5 TIROS

Ataque em Aracruz: 'Pedi a Deus para poupar minha vida e conseguir voltar para casa', diz professora ao ter alta


Foto: Reprodução


"Eu sou um milagre. Pedi a Deus para poupar a minha vida para conseguir voltar para casa e aqui estou". Esse é o desabafo da professora de inglês Degina Rodolfo de Oliveira Fernandes, de 37 anos, que recebeu alta nesta sexta-feira (16), após 21 dias de internação. A educadora foi atingida por 5 tiros, que atingiram as pernas, quadril, abdômen e torax, no ataque às escolas em Aracruz.

O assassino é um atirador de 16 anos que estudou até junho deste ano em uma das escolas atacadas. Ele foi apreendido horas após o crime. Entenda como foi o ataque no final da reportagem.

Já em casa, por telefone, com a voz baixinha por causa da intubação que foi submetida, a professora disse ao g1 que estava muito feliz por estar ao lado dos três filhos, o casal de gêmeos de 7 anos e o caçula de apenas 9 meses.

"Quando cheguei, eles me abraçaram e me beijaram muito, era muita saudade. Já o bebê é muito pequeno, até achei que fosse estranhar, mas me reconheceu e sorriu para mim", contou Degina.

A professora lembrou que ao ser atingida, o filho ainda era alimentado com o leite materno e com a ausência dela, os familiares precisaram introduzir outros alimentos.

"Eu ainda tenho leite, mas por causa dos medicamentos devo esperar para tentar amamentar de novo. Só de vê-lo bem é um alívio", disse Degina.

No caminho do Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, na Grande Vitória, até em casa em Santa Cruz, em Aracruz, no Norte do estado, a professora não resistiu e até parou para lanchar.


"Parei para comer um pastel e caldo de cana, não resisti", brincou. A professora parecia ainda não acreditar que tinha vencido, até o Natal vai passar em casa e a ficha, segundo ela, ainda não caiu.


"Quando me disseram que eu tinha a possibilidade de passar o Natal em casa, não acreditei. Fiquei muito ansiosa. Se passaram os dias e eu estava na enfermaria, até que a possibilidade virou realidade e me deram alta. Estava com muita saudade da minha família, dos meus filhos", disse.

O dia do ataque

Degina contou que após ser atingida ficou lúcida até chegar ao hospital. Contou lembrou que tentou poupar energia, procurava não ficar nervosa e se mexer muito.

"Na cabeça, só pensava em meus filhos e a todo momento pedia a Deus para cuidar de mim, poupar a minha vida para eu conseguir voltar para casa e cuidar dos meus filhos. Orei muito e sei que muita gente orou por mim também. Hoje vivo um momento muito feliz, mas me compadeço e sinto muito pelas famílias das outras vítimas".

Cuidados

Durante os 21 dias que esteve internada, a professora contou que verdadeiros anjos cuidaram dela. Disse que foi muito bem tratada por toda equipe médica.

G1

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