Condenado em Juazeiro acusado de matar esposa por espancamento e dizer que ela caiu da moto
Sessão do Tribunal do Júri aconteceu no auditório do Fórum de Juazeiro Foto:Reprodução
Em 27/01/2023 às 14:45
Na sessão ordinária desta quinta-feira do Tribunal do Júri um homem foi condenado a 24 anos de prisão por conta de um feminicídio por espancamentos em Juazeiro. O operador de máquinas Manuel Estevam dos Santos, de 43 anos, residente no Sítio Carás do Umari, sentou no banco dos réus quatro anos e dois meses após matar sua companheira Dicema Vieira de Jesus, de 45 anos, naquela localidade. O crime aconteceu na noite do dia 16 de novembro de 2018
Na época, o acusado ainda tentou atribuir as lesões a uma queda de moto da vítima e essa foi a tese sustentada pela defesa pedindo a desclassificação para homicídio culposo em acidente automobilístico o que não foi aceito pelo Conselho de Sentença. De acordo com os autos, uma semana antes do crime, Dicema tinha decidido por fim ao relacionamento por conta de traição e agressões sofridas quando alugou uma casa e foi morar no Sítio Barro Branco.
Ela omitiu o endereço, pois temia Manuel por ser um homem violento. Dois dias antes do crime, ou 14 de novembro, ele arrombou uma casa vizinha que imaginava ser a dela. A ex-companheira ouviu a voz de Manuel quando fugiu para outra casa vizinha e escapou optando por dormir na casa da sua filha. De novo, Manuel foi lá dizendo que pretendia falar com a mesma. Após concordância, pediu desculpas, fez várias promessas e disse que tinha acabado o relacionamento com a amante que era vizinha do casal.
Disse mais ter vendido a casa no Sítio Santo Antonio e se mudaria para o Carás do Umari quando a convidou para irem lavar a nova moradia. No dia do crime, o casal e duas filhas foram ao cartório resolver a documentação do novo lar para onde os dois foram com o filho menor. Deixaram o menino em casa e foram beber quando retornaram por volta das 19 horas. Manuel chegou com a mulher ferida e disse ao filho que ela tinha caído da moto.
O marido deu-lhe um banho e a pôs na cama, enquanto o garoto avisou as irmãs sobre o suposto acidente e uma delas chegou imediatamente. Esta encontrou os pais na cama com a mãe gemendo bastante e quase desacordada. Dicema apresentava inchaços num dos olhos, rosto e na boca, além de bolhas pretas ao redor e raladuras no joelho. A filha quis levar ao hospital e ele retrucou dizendo que a mesma estava sob o efeito de álcool e logo ficaria bem o que não aconteceu.
Por volta das 22 horas, o acusado levou a companheira à UPA Limoeiro, mas já era tarde. Os médicos apenas constataram o óbito que, segundo o laudo, teria ocorrido pelo menos uma hora antes. Constataram ainda que os sinais de violência eram incompatíveis com uma queda de moto. A polícia esteve na UPA e levou Manuel à 20ª Delegacia Regional de Polícia Civil.
Os policiais já foram logo descobrindo um mandado de prisão em aberto contra ele por conta de um homicídio praticado no ano de 2001 quando tinha apenas 22 anos. Perante o delegado plantonista, Manuel sustentou a estória da queda de moto, mas, estranhamento, disse não lembrar o local do acidente. A partir daí surgiram outras e graves denúncias contra ele, sendo uma delas de ter ameaçado o filho menor com uma foice. Ele permaneceu preso e vai continuar em virtude da condenação.
Por Por: Demontier Tenorio
Miséria.com.br
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