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SINDICATO DOS JORNALISTAS

Wellington Macedo, blogueiro cearense foragido por tentativa de ação terrorista, tem registro suspenso por Sindjorce


Foto: Divulgação
Em 24/01/2023 às 11:05
O blogueiro Wellington Macedo de Souza, de 47 anos, foragido por tentativa de ação terrorista próximo ao aeroporto de Brasília, na véspera do natal, teve o seu vínculo com o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) suspenso nesta segunda-feira (23).

A suspensão ocorreu após assembleia geral promovida juntamente com a Federação Nacional dos/as Jornalistas/as (FENAJ) e a Associação Cearense de Imprensa (ACI) a fim de deliberar sobre o assunto.

De acordo com informações divulgadas pelo Sindicato, ele tinha registro de jornalista no Ministério do Trabalho e era associado ao Sindjorce desde 2001, inicialmente registrado unicamente como repórter fotográfico. Depois, o suposto terrorista adquiriu o registro geral de jornalista, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2009, que derrubou o diploma de nível superior como critério de acesso à profissão.

O Sindjorce informou que, após consultar a assessoria jurídica, o Estatuto Social e à Comissão Estadual de Ética, a diretoria da organização decidiu suspender o vínculo, tendo em vista o respeito ao devido processo legal, pois ainda não há uma decisão do Poder Judiciário. Caso, de fato, sejam confirmados os crimes contra o Estado Democrático de Direito e contra a soberania nacional, o Sindicato poderá aplicar, em definitivo, por decisão coletiva dos jornalistas cearenses, o Artigo 10 do Estatuto Social da entidade e o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros e, assim, expulsar Wellington Macedo de Souza.

Entenda o caso

Wellington é natural de Sobral- Ce. Bolsonarista radical, costumava produzir vídeos nas redes sociais atacando opositores políticos e professores, por esse motivo, coleciona mais de 60 processos. Na noite do dia 24 de dezembro, ele e um comparsa, identificado como Alan Diego dos Santos Rodrigues, depositaram uma bomba em um caminhão estacionado próximo ao aeroporto de Brasília.

Macedo foi preso por envolvimento nos atos antidemocráticos do dia 7 de Setembro de 2022, mas estava em prisão domiciliar com uso de uma tornozeleira eletrônica. Por meio do monitoramento dessa ferramenta foi possível à polícia refazer os passos dele e do comparsa na noite do atentado. Wellington virou alvo das investigações, após ter imagens suas captadas por câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais e do próprio veículo em que a bomba foi plantada.

Mesmo cumprindo prisão domiciliar, costumava frequentar o acampamento bolsonarista. Inclusive, segundo investigadores, o plano do ataque teria sido traçado no acampamento montando em frente QG do Exército, na Capital Federal. A ideia inicial era que o explosivo fosse colocado em um poste, com intuito de prejudicar a distribuição de energia.

Ex-integrante do Governo Jair Bolsonaro, ele também é investigado pela Polícia Civil do Ceará por divulgar material na internet com cenas de abusos sexuais contra crianças. A denúncia foi apresentada à justiça em 2022, mas o blogueiro não foi encontrado para escuta.

Por Clara Karimai
Miséria.com.br

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