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2,05 milhões de hectares

Desmatamento no Brasil cresceu 22% em 2022

(Foto: Vinícius Mendonça/Ibama)

Correspondendo a 2,05 milhões de hectares, o Brasil registrou um aumento de 22,3% na área desmatada em 2021. A Amazônia e o Cerrado responderam, juntos, por 90,1% dos biomas atingidos. Os dados são do Relatório Anual de Desmatamento (RAD2022) produzido pelo MapBiomas.
Entre 2019 e 2022 houveram 303 mil eventos de desmatamento, totalizando em 6,6 milhões de hectares. A área é equivalente a uma vez e meia a do estado do Rio de Janeiro.

De acordo com o relatório, a atividade agropecuária é o principal vetor de desmatamento no país, com 95,7% do total (1,96 milhão de hectares), já o garimpo responde por 5,9 mil hectares e a mineração por 1,1 mil hectares.

Biomas

Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampa e Pantanal registraram crescimento da área desmatada, com exceção da Mata Atlântica. Somente na Amazônia foram 190.433 hectares e no Cerrado 156.871 hectares.

O predomínio de desmatamento na formação florestal corresponde a 64,9%, já na formação savânica 31,3% e na formação campestre 3,6%.

Em relação aos estados, o Pará lidera o ranking com 22,2% da área desmatada (456.702 hectares). Em seguida está o Amazonas, com 13,33% (274.184 hectares); Mato Grosso, com 11,62% da área desmatada (239.144 hectares); Bahia, com 10,94% (225.151 hectares); e Maranhão, com 8,2% (168.446 hectares). No total, os cinco estados respondem por 66% do desmatamento no Brasil.

Áreas de quilombos e terras indígenas

As Comunidades Remanescentes de Quilombos (CRQ) e as terras indígenas (TI) são os territórios mais preservados do país, no primeiro, os desmatamentos correspondem a 0,05% da área total do país, no segundo, o desmatamento corresponde a 1,4% da área total desmatada no Brasil (26.598 hectares).

O relatório também analisou as ações dos órgãos de controle ambiental para conter o desmatamento ilegal. As autuações e embargos do Ibama e do ICMBio até maio deste ano atingiram apenas 2,4% dos alertas de desmatamento e 10,2% da área desmatada identificada de 2019 a 2022. O Ceará ficou entre um dos estados com menor atuação desses órgãos, com apenas 1,9%.

Metodologia

O Relatório Anual de Desmatamento do MapBiomas analisa alertas gerados pelo Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real do Inpe, nos biomas Amazônia e Cerrado), SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon, na Amazônia), SAD Caatinga (Sistema de Alerta de Desmatamento desenvolvido pela UEFS e Geodatin), Glad (Global Land Analysis and Discovery da Universidade de Maryland, para o Pampa), Sirad-X (Sistema de indicação por radar na Bacia do Xingu, na Amazônia e no Cerrado, desenvolvido pelo ISA), SAD Mata Atlântica (Sistema de Detecção de Alerta de Desmatamento desenvolvido pela SOS Mata Atlântica e ArcPlan), SAD Pantanal (Sistema de Detecção de Alerta de Desmatamento desenvolvido pela SOS Pantanal e ArcPlan) e SAD Pampa (Sistema de Alerta de Desmatamento desenvolvido pela GeoKarten e UFRGS).

Também há cruzamentos com áreas do Cadastro Ambiental Rural (CAR), Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), Terras Indígenas (Funai), e outros limites geográficos (biomas, estados, municípios, bacias hidrográficas).



Por Yanne Vieira
Miséria.com.br

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