Crianças achadas em floresta na Colômbia moveram mãe para retirar bebê dos destroços de avião
Foto: Reprodução |
As três crianças indígenas mais velhas tiveram que mover o corpo da mãe para retirar a bebê dos destroços do avião, que caiu na Colômbia e provocou a morte dos adultos a bordo. Os irmãos ficaram cerca de 40 dias perdidos na selva amazônica do País e foram encontrados na última sexta-feira (9).
O diretor da Aeronáutica Civil da Colômbia, Sergio Páris Mendonza, relatou ao Fantástico, em reportagem exibida nesse domingo (11), que a mais velha, Lesly Mucutuy, de 13 anos, percebeu que a irmã caçula estava presa entre o condutor da aeronave e a mãe, Magdalena Mucutuy.
A criança indígena mais velha conseguiu ver os movimentos dos pés da bebê e tirou. [Ela] estava entre o corpo da mãe e do piloto. Aí deixaram a aeronave."
SERGIO PÁRIS MENDONZA
Diretor da Aeronáutica Civil da Colômbia
Após a queda do veículo aéreo, em 1º de maio, a mulher permaneceu viva por quatro dias, segundo relatou o pai das crianças, Manuel Miller Ranoque, à imprensa.
"A única coisa que ela (Lesly) esclareceu é que sua mãe ficou viva por quatro dias. Então, antes de morrer, talvez a mãe tenha dito a eles: 'Vão embora que vocês vão encontrar com pai de vocês'", detalhou.
Ainda conforme o oficial da Aeronáutica colombiana, a cadeira em que Magdalena estava caiu sobre o piloto. Já os assentos das crianças ficaram intactos na queda. Além deles, estava a bordo o ativista indígena Herman Mendoza Hernández, que também faleceu no incidente.
As quatro crianças da comunidade nativa huitoto estão internadas em um hospital militar em Bogotá, capital colombiana, onde seguem se recuperando após o resgate.
Lesly, de 13 anos, assim como os irmãos, Soleiny, de 9 anos, Tien Noriel, de 5, e Cristin, de apenas um ano — idade completada durante o tempo desaparecida —, foi encontrada viva na última sexta em meio à selva amazônica localizada no sul do País. Todos foram resgatados a cerca de 5 km do local da queda do avião.
"Um exemplo de sobrevivência total, que ficará na história. Essas crianças são hoje as crianças da paz e da Colômbia", declarou o presidente Gustavo Petro, que visitou o grupo no sábado (10).
Durante as buscas, indígenas, mais de 100 soldados e cães farejadores seguiram os rastros deixados pelas crianças na floresta, que circularam pelo lugar em busca de sobrevivência.
A imprensa colombiana divulgou que as vítimas estão desidratadas, com picadas de insetos e levemente feridas, especialmente nos pés, porque percorreram longas distâncias descalças. Agora, estão em recuperação.
Diário de Nordeste
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