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Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Mais de 8 mil pessoas foram assassinadas na região da Amazônia Legal em 2022

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
Somente no ano de 2022, mais de 8 mil pessoas foram vítimas de crimes violentos letais intencionais na região da Amazônia Legal. Os índices incluem homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte e foram obtidos através de uma nota técnica da Segurança Pública e Crime Organizado na Amazônia Legal, divulgada nesta segunda-feira (5) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


De acordo com o texto, a taxa de mortes por 100 mil habitantes nos estados que compõem a Amazônia Legal chegou a 26,7, índice superior à média nacional, de 19 mortes a cada 100 mil habitantes no mesmo período.

A Amazônia Legal é composta por nove estados do Brasil pertencentes à bacia Amazônica: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do estado do Maranhão.

Os diagnósticos e informações disponíveis sobre o cenário da violência e da segurança pública na Amazônia indicam que as capacidades e os arranjos interinstitucionais das forças de segurança pública e fiscalização ambiental na região não têm dado conta de fazer frente ao avanço da criminalidade organizada que cresce na região, seja em relação ao narcotráfico, aos crimes ambientais, seja nas intersecções desses dois universos, afirma o Fórum na técnica.

Segundo o Fórum de Segurança, as mortes provocadas por policiais aumentaram 5,1% nos estados da Amazônia entre os anos de 2018 e 2021, já no restante dos estados houve uma redução de 4,2%. Em 2021, última divulgação de dados, 1.057 pessoas foram mortas na Amazônia Legal por policiais militares e civis.

Nesta segunda-feira (5), completam um ano das mortes do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. O Fórum de Segurança reforçou o alerta sobre o quadro de violência extrema na região.

Um ano depois da morte de Dom e Bruno, com relação ao crime organizado e à violência, o cenário da Amazônia Legal, e do Amazonas em particular, permanece complexo e permeado pela enorme pressão econômica e social que o dinheiro gerado pelo narcotráfico e suas sobreposições com os crimes ambientais provoca. Ações efetivas de retomada de territórios dominados por facções de base criminal não dependem apenas de medidas de fiscalização e controle, mas da reestruturação da forma como o Estado, em suas múltiplas esferas e poderes, coordenam políticas e projetos de desenvolvimento, escreveu o Fórum de Segurança.

Por Yanne Vieira
Miséria.com.br

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