Caso Elise Bezerra: família cobra pena mais rígida para médico que retirou rim saudável de criança
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Foto: Reprodução |
O Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec) considerou o médico urologista Eleazar Araújo culpado pela retirada do rim saudável de Elise Bezerra, que morreu aos 5 anos, em abril de 2022, quatro anos após procedimento no Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, em Barbalha. Apesar do reconhecimento do erro médico, o Cremec aplicou apenas uma advertência ao profissional. A decisão foi divulgada em junho de 2023, e causou revolta aos familiares de Elise.
A família da criança irá recorrer da decisão do Conselho e espera que uma punição mais severa seja aplicada para o médico. O advogado Filipe Santana, que representa a família da vítima, disse que a decisão foi recebida pela família com um misto de sentimentos, pois o Conselho reconheceu o erro, mas não puniu adequadamente o médico pelo dano causado.
Devido o processo estar em segredo de justiça, o Hospital São Vicente de Paula informou que não irá se pronunciar. A defesa do médico Eleazar Araújo também não quis falar sobre o caso.
Entenda o caso:
Logo nos primeiros anos de vida, Elise Bezerra foi diagnosticada com uma atrofia no rim esquerdo. O tratamento para o caso é a retirada do órgão, o procedimento é chamado de nefrectomia. O procedimento foi realizado no Hospital São Vicente de Paulo pela equipe médica do urologista Eleazar Araújo. Na cirurgia, ao invés de retirar o rim atrofiado, o esquerdo, foi retirado o direito, que era o saudável.
Com o procedimento errado, Elise teve complicações e necessitou de um transplante. Seis meses após receber um rim saudável, a criança foi infectada pelo vírus EBV, que acomete pessoas transplantadas. Com a infecção, Elise foi submetida a várias terapias, mas não foram suficientes para a curar. Após várias internações e tratamentos, a criança não resistiu e e morreu no dia 18 de abril de 2022.
Ela conviveu o tempo todo com esse vírus, o que trouxe muitas outras consequências. Minha filha veio a óbito justamente por conta das complicações pós-transplante, disse Daniele Bezerra, mãe de Elise.
A família de Elise entrou com um processo em busca da responsabilização do hospital e o médico, pela retirada do órgão errado. Ao longo do processo, o nome do médico foi retirado, o que causou ainda mais revolta e indignação da família da criança.
Por Raiana Lucas
Miséria.com.br
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