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Moeda de troca

Com reforma ministerial, Ana Moser deixa o ministério do esporte para que nome do centrão assuma

Foto: Júlio Dutra

A primeira reforma ministerial feita pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), em seu terceiro mandato, provocou a saída da ex-jogadora de vôlei da seleção brasileira, Ana Moser, do Ministério do Esporte, e também de Márcio França, do Ministério de Portos e Aeroportos. Assumem, respectivamente, o deputado André Fufuca (MA), líder do Partido Progressista (PP) na Câmara, e o deputado Silvio Costa Filho (PE), do Republicanos. A decisão foi divulgada pela presidência na noite desta quarta-feira (6).

A troca ocorre após dois meses de negociação com a cúpula do Congresso Nacional. O principal interlocutor foi o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). Incluir o PP e Republicanos nos ministérios, traz os partidos do chamado “Centrão” para base do governo, e assim, aumenta o apoio ao Governo Lula no parlamento. Os dois partidos já foram aliados do atual governo, mas na última gestão estiveram com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Alas dos PP e Republicanos, próximas do bolsonarismo, foram contrárias ao embarque dos partidos no atual governo.

Por meio de rede social, a medalhista olímpica em Atlanta, em 1996, disse: “Tivemos pouco tempo para mudar a realidade do esporte no Brasil, mas sei que entregamos muito, construímos muito e levamos a política do presidente Lula aos que tivemos contato de norte a sul deste país”. Já para rede de TV CNN, nesta quinta-feira (7), Ana Moser declarou que sua saída do Ministério do Esporte foi uma decisão política e representa um abandono do esporte no país.

Uma Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) defendeu a permanência de Ana Moser à frente do Ministério do Esporte. “O esporte não é moeda de troca. Nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor.”

Por Raiana Lucas
Miséria.com.br

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