MPCE realiza operação contra suspeito de ameaçar Maria da Penha em redes sociais
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) deflagrou, no último sábado (14), a operação Echo Chamber nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão contra um suspeito de promover ameaças e disseminar discurso de ódio contra a farmacêutica Maria da Penha através das redes sociais.
Maria da Penha Fernandes, que dá nome à Lei nº 11.340/2006, voltada ao combate à violência doméstica contra a mulher, foi vítima de ataques virtuais organizados por comunidades digitais misóginas.
Segundo o MP, durante a operação, foram apreendidos equipamentos eletrônicos que serão analisados pelo órgão. A pedido do MP, o Poder Judiciário determinou a suspensão do perfil do investigado no Instagram por 90 dias, além de medidas restritivas, como a proibição de se aproximar ou manter contato com Maria da Penha e suas filhas, seja diretamente ou por meio de terceiros. Também foi ordenado que ele não se aproxime das residências da família e que não deixe o local onde reside sem autorização judicial.
O que aconteceu?
No primeiro semestre de 2024, Maria da Penha começou a sofrer ataques sistemáticos de comunidades virtuais que propagam ódio às mulheres. Ao tomar conhecimento das ameaças, o Ministério Público acionou o Núcleo de Investigação Criminal para conduzir as apurações.
As investigações apontaram que os ataques envolvem mensagens caluniosas e conteúdos ofensivos que buscam atingir a honra de Maria da Penha, deturpar sua história e desacreditar a Lei nº 11.340/2006. O perfil identificado, com alto número de seguidores, vem produzindo conteúdos misóginos e inflamando seguidores com discursos de ódio.
Além das ameaças virtuais, o MPCE constatou que o principal investigado chegou a se deslocar até a antiga residência de Maria da Penha, localizada no bairro Papicu, em Fortaleza, o mesmo local onde ocorreu a tentativa de homicídio contra ela em 1983.
A operação segue em andamento, e o material apreendido será periciado para aprofundar as investigações e responsabilizar os envolvidos.
Por Bruna Santos
Miséria.com.br
0 Comentários